Introdução
A participação da Inglaterra na expansão
marítima dos europeus para novas terras ocorreu posteriormente às
empreitadas realizadas por Portugal e Espanha, que desde o século XV
haviam se lançado às expedições no oceano Atlântico. Apesar da diferença
temporal, a colonização inglesa na América do Norte
foi importantíssima para o desenvolvimento econômico da Inglaterra e de
suas colônias no norte do continente americano, conhecidas como as Treze Colônias.
A primeira tentativa de ocupação da América do Norte pelos ingleses ocorreu com Walter Raleigh, que organizou três expedições à região no fim do século XVI. Raleigh não conseguiu o sucesso esperado com as expedições, em virtude dos constantes ataques dos povos indígenas que habitavam o local. Mas por volta de 1607, Raleigh conseguiu constituir uma colônia na América do Norte: a Virgínia, nome dado em homenagem à rainha Elisabeth I, que era solteira.
A intensificação do processo colonizador
se daria apenas na metade final do século XVII em decorrência das
várias situações políticas e econômicas que ocorriam nas ilhas
britânicas. Após a vitória sobre a Invencível Armada, esquadra do rei
espanhol Felipe II, comerciantes ingleses em conjunto com o Estado
passaram a formar companhias de comércio marítimo, destacando-se a
Companhia das Índias Orientais, o que intensificou os contatos com as
terras americanas. Outro estímulo da Coroa inglesa foi dado às ações de
pirataria nas águas do Atlântico.
Um grande impulso a esse comércio foi
conseguido com a aprovação, em 1651, dos Atos de Navegação, que
estipulavam que poderiam desembarcar nos portos ingleses apenas as
mercadorias dos navios britânicos ou da nacionalidade de origem das
mercadorias.
Paralelo a essa situação econômica,
havia as disputas políticas e as questões sociais na Inglaterra,
principalmente em torno das sucessões dinásticas, das perseguições
religiosas e do despovoamento dos campos.
A perseguição religiosa aos puritanos,
os calvinistas ingleses, principalmente depois da criação do anglicanismo com Henrique VIII, levou-os a se deslocarem para a América.
O objetivo era criar espaços de vivência onde podiam exercer livremente
seus preceitos religiosos. A primeira expedição de puritanos para a
América do Norte ocorreu em 1620, quando o navio Mayflower atracou onde
hoje se localiza o estado de Massachusetts. Nessa região, os puritanos
criaram o primeiro núcleo de colonização, conhecido como Plymouth.
Além das disputas políticas e
religiosas, que em períodos diferentes levaram anglicanos e puritanos à
América, houve também a expulsão de grande parte da população camponesa
dos campos, principalmente com os Cercamentos. Esse processo de
cercamento de terras por grandes proprietários gerou um inchaço
populacional urbano, contribuindo para que parte da população emigrasse
para a América do Norte.
RESUMINDO
O processo de colonização da América Inglesa começou de forma tardia devido sobretudo crises internas, entretanto essas crises vão fazer com que muitos ingleses viessem para as colônias, fosse fugindo de perseguições religiosas, como é o caso dos puritanos nas colônias do norte, ou da pobreza, por terem perdido suas terras no processo de cercamento.
A servidão temporária
Muitos não tinha condições de arcar com as despesas da viajem da Europa para as colônias, a solução surgida foi o custeamento por parte de pessoas mais ricas com os custos das viagens dos mais pobres, todavia estes deviam trabalhar de graça para assim pagar as despesas.
As treze colônias

obs: As 13 colônias eram completamente independentes entre si, estando cada uma delas subordinada diretamente à metrópole. Porém como a colonização ocorreu a partir da iniciativa privada, desenvolveu-se um elevado grau de autonomia político-administrativa, caracterizada principalmente pela ideia do autogoverno.
Cada colônia possuía um governador, nomeado, e que representava os interesses da metrópole, porém existia ainda um Conselho, formado pelos homens mais ricos que assessorava o governador e uma Assembleia Legislativa eleita, variando o critério de participação em cada colônia, responsável pela elaboração das leis locais e pela definição dos impostos.
Apesar dos governadores representarem os interesses da metrópole, a organização colonial tendeu a aumentar constantemente sua influência, reforçando a ideia de "direitos próprios".
Antes de fazer a divisão é bom lembrar que As características climáticas contribuíram para a definição do modelo econômico de cada região, o clima tropical no sul e temperado no centro-norte. no entanto foi determinante o tipo de sociedade e de interesses existentes.
COLÔNIAS DO NORTE E CENTRO
Na região centro norte a colonização foi efetuada por um grupo caracterizado por homens que pretendiam permanecer na colônia (ideal de fixação), sendo alguns burgueses com capitais para investir, outros trabalhadores braçais, livres, caracterizando elementos do modelo capitalista, onde havia a preocupação do sustento da própria colônia, uma vez que havia grande dificuldade em comprar os produtos provenientes da Inglaterra.
A agricultura intensiva, a criação de gado e o comércio de peles, madeira, e peixe salgado, foram as principais atividades econômicas, sendo que desenvolveu-se ainda uma incipiente indústria de utensílios agrícolas e de armas. Em várias cidades litorâneas o comércio externo se desenvolveu, integrando-se às Antilhas, onde era obtido o rum, trocado posteriormente na África por escravos, que por sua vez eram vendidos nas colônias do sul: Assim nasceu o "Comércio Triangular", responsável pela formação de uma burguesia colonial e pela acumulação capitalista.
COLÔNIAS DO SUL
Estas colônias estavam sujeitas às regulamentações do sistema colonial mercantilista, mas seu desenvolvimento fugiu dos padrões do sistema colonial, pois nem todas eram produtoras de matéria-prima ou consumidoras de produtos manufaturados da metrópole.
As colônias do sul eram grandes propriedades produtoras de algodão com mão de obra escrava, mas o mesmo não acontecia com as do centro e as do norte, onde a economia se baseava na policultura desenvolvida em pequenas e médias propriedades e no comércio de produtos excedentes dessa produção, que nem sempre estimulava trocas com a metrópole.
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