Sejam Bem Vindos!!!!!

A todos que buscam conhecimento de uma maneira simples e descontraída




Muitas vezes achamos que tudo que sabemos, tudo que somos foi uma escolha nossa, sera?
Será que não apenas reproduzimos o que nossa sociedade é?
Será que realmente somos autônomos?


A história não é uma disciplina decorativa como muitos pensam, pelo contrário ela busca fazer com que as pessoas pensem, critiquem, reajam aos acontecimentos em sua volta, não como bonecos, marionetes, mas como seres consciêntes e capazes e mudar seu "destino".

PENSE, SINTA, VIVA HISTÓRIA

domingo, 29 de janeiro de 2017

A GUERRA FRIA



INTRODUÇÃO

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".

MAIS PORQUE GUERRA FRIA?

Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.

ENTÃO MESMO COM O NOME GUERRA FIRA HOUVERAM CONFLITOS?

Sim! Como dito anteriormente, somente os EUA e a URSS não entraram em conflito diretamente, mais apoiavam conflitos regionais, como a Guerra do Vietnã, Guerra da Coreia, que são os conflitos mais famosos desse período, embora tenha havido outros. Nesse período também o mundo ficou que cabelo em pé com a crise dos mísseis em Cuba, onde qualquer deslize poderia ter resultado na 3ª Guerra Mundial.

ENTÃO TODOS OS PAÍSES NO MUNDO TOMARAM PARTIDO NA GUERRA FRIA?

Não! Um conjunto de países buscou ficar fora desse conflito, sendo conhecidos como países não alinhados. Daí também surge o conceito de Países de Terceiro mundo, ou seja, que não eram nem capitalistas e nem comunistas.

A CRISE NO PÓS-GUERRA

Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.
Os Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais.
Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.

A QUESTÃO DO MURO DE BERLIM

Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Com a conferência de Potsdam o território alemão foi divido em quatro zonas de influência que era dominada por países diferentes: Grã Bretanha, França, EUA e URSS. No decorrer de 1946, novos acordos alteraram essa divisão, formando somente duas zonas, uma como resultado da união entre os primeiros países, que ficou sob domínio americano e outra sob domínio soviético, formando a RFA (República Federal da Alemanha) na porção ocidental e RDA (República Democrática Alemã) na porção Leste.
As duas Alemanhas evoluíram de forma diferente, a que ficava no lado ocidental, sob domínio americano, passou por uma reforma econômica positiva, em quanto a Alemanha oriental, sob a tutela da URSS, não teve tanta sorte, estando entre as principais causas para isso o fato da mesma ter sido formado no trecho menos desenvolvido do pais. Como resultado da tensão político/militar entre as duas Alemanhas teremos a construção daquilo que ficou conhecido na história como o símbolo dessa divisão, dessa bipolarização do mundo, o muro de Berlim, que dividia tudo no país, desde casas até cemitérios.

PLANO MARSHALL e COMECON

A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente.
Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.

OTAN e PACTO DE VARSÓVIA

Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos países europeus, suportados alguns destes com governos que incluíam os socialistas, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.
Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.
A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na informática.
O Macarthismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 1950, culminou na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado americano. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo estadunidense foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusados de atividades antiamericanas.
A era do macarthismo acabou por extirpar do meio artístico norte americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS plicou extensivamente o Artigo 58 de seu código penal na zona de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como "espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime stalinista, como pelo simples ato de contatar organizações com base nas Zonas ocupadas pelo Aliados ocidentais.

CORRIDA ARMAMENTISTA

Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.
Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não convencionais, como as armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram testadas, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: a bomba atômica. Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos soviéticos.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.
A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear maciço do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua Assegurada ou Equilíbrio do Terror.

O CONFLITO IDEOLÓGICO

Durante o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi acirrada. As duas superpotências fizeram grandes esforços de propaganda política no intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam sua propaganda político-ideológica em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sociocultural era superior. Um setor que foi muito utilizado nessa propaganda ideológica foi o cinema, um bom exemplo são os filmes de RAMBO.

A CORRIDA ESPACIAL

Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como consequência, algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos) foram frutos dessa corrida.
A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia espacial.
Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram o Sputnik I, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta e que desencadeou a " crise do Sputnik". Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.
Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar a Vostok I, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo.

A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadunidenses na chegada ao satélite. As missões Zonde deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e 6. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.
O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.

QUE SEJA FEITA A INTERNET

Você gosta de Internet? Imagina sua vida sem ela? Pois bem, é nesse período que teremos a criação do que agora conhecemos como internet! Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores, que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficaria conhecida como Arpanet. A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação da atualidade.

COEXISTÊNCIA PACÍFICA?

Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial).

A QUESTÃO DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS

Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países africanos, asiáticos e ex colônias europeias de independência recente. Para garantir sua neutralidade, os assim denominados países não alinhados promoveram, em abril de 1955 e através da Conferência de Bandung, a criação do Movimento Não Alinhado. Seu objetivo era dar apoio e segurança aos países em desenvolvimento contra as duas superpotências. Condenavam o colonialismo, o imperialismo e o domínio de países estrangeiros em geral.

PRINCIPAIS CONFLITOS DURANTE A GUERRA FRIA

GUERRA DO VIETNÃ

A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.

Contexto Histórico

O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era, comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista. 

Causas da Guerra

A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues (guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a guerra. 
Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto.

Intervenção militar dos Estados Unidos

Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. 

Protestos e o fim da guerra

No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. 

Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.

Resultados da Guerra

O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.

GUERRA DA COREIA

A Guerra da Coreia foi um conflito armado entre Coreia do Sul e Coreia do Norte. Ocorreu entre os anos de 1950 e 1953. Teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre Estados Unidos (capitalismo) e União Soviética (socialismo). Foi o primeiro conflito armado da Guerra Fria, causando apreensão no mundo todo, pois houve um risco iminente de uma guerra nuclear em função do envolvimento direto entre as duas potências militares da época.

Causas da Guerra

Divisão ocorrida na Coreia, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Após a rendição e retirada das tropas japonesas, o norte passou a ser aliado dos soviéticos (socialista), enquanto o sul ficou sob a influência norte-americana (capitalista). Esta divisão gerou conflitos entre as duas Coreias. Após diversas tentativas de derrubar o governo sul-coreano, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950. As tropas norte-coreanas conquistaram Seul (capital da Coreia do Sul).

O desenvolvimento da guerra

- Logo após a invasão norte-coreana, as Nações Unidas enviaram tropas para a região a fim de expulsar os norte-coreanos e devolver o comando de Seul para os sul-coreanos. Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Coreia do Sul, enquanto a China (aliada da União Soviética) enviou tropas para a zona de conflito para apoiar a Coreia do Norte. Em 1953, a Coreia do Sul, apoiada por Estados Unidos e outros países capitalistas, apresentava várias vitórias militares. Sangrentos conflitos ocorreram em território coreano, provocando a morte de aproximadamente 4 milhões de pessoas, sendo que a maioria era composta por civis.

Fim da Guerra

Em julho de 1953, o governo norte-americano ameaçou usar armas nucleares contra Coreia do Norte e China caso a guerra não fosse finalizada com a rendição norte-coreana. Em 28 de março de 1953, Coreia do Norte e China aceitaram a proposta de paz das Nações Unidas. Em 27 de julho de 1953, o tratado de paz foi assinado e decretado a fim da guerra.

Pós-guerra

Com o fim da guerra, as duas Coreias permaneceram divididas e os conflitos geopolíticos continuaram, embora não fossem mais para a área militar. Atualmente a Coreia do Norte permanece com o regime comunista, enquanto a Coreia do Sul segue no sistema capitalista.

A CRISE DOS MÍSSEIS (CUBA E TURQUIA)

O episódio chamado de Crise dos Mísseis de 1962 refere-se aos treze dias de impasse entre Estados Unidos e União Soviética, em outubro de 1962, devido à instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha caribenha de Cuba. No ano de 1959, um movimento revolucionário derrubou o ditador cubano Fulgêncio Batista, instalando no país um governo socialista liderado por Fidel Castro. O mundo vivia então a polarização entre os blocos comunista e capitalista, liderados, respectivamente, por União Soviética (URSS) e Estados Unidos (EUA).
O novo governo de Cuba alinhou-se a URSS e se tornou dependente economicamente desse país. O líder soviético, Nikita Khrushchev, a fim de provar a capacidade bélica e nuclear de seu país, aproveitou-se da influência que exercia no governo cubano e da relação hostil que este mantinha com os Estados Unidos, que por anos haviam apoiado o governo de Fulgêncio Batista, e instalou mísseis na ilha direcionados ao território estadunidense.
Em 22 de outubro, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, comunicou a população, em rede nacional de TV, sobre a presença dos mísseis na ilha, a uma distância de apenas 140 km do território estadunidense. Kennedy anunciou ainda que os Estados Unidos procederiam com um bloqueio naval à ilha e que o país estava preparado para usar sua força militar caso fosse necessário à segurança nacional. Após a transmissão do comunicado do presidente, instalou-se um clima de tensão e medo de que as duas grandes potências (EUA e URSS) iniciassem de fato um conflito armado, sobretudo porque ambos os países detinham tecnologia nuclear.
Um momento crucial nos rumos da tensão entre as duas potências foi a aproximação de uma frota naval soviética aos navios dos Estados Unidos que faziam o bloqueio à ilha. Diante do crescimento da tensão, Nikita Khrushchev, dispôs-se a retirar os mísseis de Cuba em troca da promessa de Kennedy de que os Estados Unidos não invadiriam a ilha. Secretamente, o governo estadunidense se comprometeu ainda a retirar mísseis que havia instalado na Turquia, fronteira com a URSS, em junho de 1961.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Revolução Inglesa



A Revolução Inglesa do século XVII vem representar a primeira manifestação de crise do sistema
que vigorava na idade moderna, o absolutismo. O poder monárquico, foi severamente limitado, cedendo a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. Todo o processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688. Aí vem surgir uma questão interessante, muitos estudiosos consideram a Revolução Inglesa um conjunto de processos revolucionários (REVOLUÇÃO PURITANA, RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA E REVOLUÇÃO GLORIOSA) daí o  termo Revoluções Inglesas, já outros consideram todas uma Revolução Inglesa, pois faziam parte de um mesmo processo

MAIS POR QUE ESTUDAR A REVOLUÇÃO INGLESA?

Simples! Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerado a primeira revolução burguesa da história da Europa: antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.

CURIOSIDADE

Você sabia que embora o iluminismo tenha se espalhado a partir da França, suas raízes vão estar profundamente enterradas na Inglaterra, primeiro país em que teremos uma participação expressiva do pensamento liberal na política.

AS CONDIÇÕES PARA A REVOLUÇÃO 

A Inglaterra atingiu no século XVII notável desenvolvimento, favorecido pela monarquia absolutista. Henrique VIII e Elizabeth I unificaram o país, dominaram a nobreza, afastaram a ingerência papal, criaram a igreja a nacional inglesa (ANGLICANA), confiscaram terras da Igreja Católica e passaram a disputar os domínios coloniais com os espanhóis. Tudo isso acabou fazendo com que a dinastia dos TUDOR caísse nas graças da burguesia, mas agora o poder absolutista tornava-se incômodo, pois barrava o avanço da burguesia mercantil. Grande parte dos recursos do Estado vinham da venda de monopólios, como aqueles sobre comércio exterior, sal, sabão, alúmen, arenque e cerveja a, que beneficiavam um pequeno grupo, a burguesia financeira. E prejudicavam a burguesia comercial, sem liberdade para suas atividades, e os artesãos, que pagavam caro para trabalhar.
Ao mesmo tempo, a garantia de privilégios às corporações de ofício (espécie de sindicato, onde se reuniam trabalhadores de determinada área como pescadores, pedreiros, etc.) impedia o aumento da produção industrial, pois eles limitavam a entrada de novos produtores nas áreas urbanas.
Teremos também um outro problema, de origem econômica, problema este que estava no campo, onde existia a alta de preços e a expansão do consumo de alimentos e matérias-primas, como a lã, valorizaram as terras, condições que acabou por despertar a cobiça dos produtores rurais. Eles tentavam aumentar suas posses através dos cercamentos, isto é, tentavam transformar em propriedade privada as terras coletivas (herança dos mansos comunais, uma espécie de terra comunitária de onde os pobres tiravam seu sustento), tais ações expulsavam posseiros e criavam grandes propriedades, nas quais se investia capital para aumentar a produção. O Estado, para preservar o equilíbrio social necessário à sua existência, barrava os cercamentos e punha contra si dois setores poderosos: a burguesia mercantil e a nobreza progressista rural, a gentry.
Na esfera política, havia o claro conflito entre Rei e o Parlamento. O primeiro, instituído pela Carta Magna de 1215, cabia o poder de direito, isto é, legítimo. Mas os Tudor exerceram o poder de fato, convocando pouco o Parlamento. Entretanto as classes aí representadas não se opuseram ao absolutismo porque correspondia a seus interesses, uma vez que os atos dos reis dessa dinastia lhes davam muito lucro. O rei promovia assim, grande desenvolvimento. No século XVII, o Parlamento pretendia transformar seu poder de direito em poder de fato. O rei correu a legitimar seu poder, que era de fato. Só havia uma forma: considerar o poder real de origem divina, como na França.
A luta política então se desenvolveu então no campo religioso e os reis manipularam a religião para aumentar seu poder, daí a criação por parte do Rei de uma religião nacional e sob seu controle. 

MAIS COMO A QUESTÃO RELIGIOSA VEIO SER PERCEBIDA NO PERÍODO PRÉ-REVOLUÇÃO?

No século XVI, os Tudor haviam dado ênfase ao conteúdo do anglicanismo, isto é, seu lado calvinista, favorecendo a burguesia. Mais com a morte de Elizabete e o fim dos Tudor e a subida do poder dos Stuart, isso se alterou, pois, estes últimos ressaltavam a forma católica do anglicanismo, identificando-se com a aristocracia, contra a burguesia. Claro, através do catolicismo era mais fácil justificar a origem divina do poder real. O Parlamento, dominado pela burguesia mercantil e a gentry, radicalizou suas posições e identificou-se com o puritanismo (forma mais radical do calvinismo), que rejeitava o anglicanismo.
A Revolução Puritana, a primeira fase da revolução Inglesa, foi o resultado da luta entre burguesia e realeza pelo controle político do país.

CONHECENDO O PARLAMENTO

O parlamento terá suas raízes na Carta Magna, assinada em 1215 pelo Rei João, Sem Terra. Ele era bicameral, quer dizer, se dividia em duas Câmaras: A Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns. Os primeiros se dividiam em Lordes Espirituais (formado pela alta cúpula do clero anglicano) e os Lordes Temporais (os nobres mais poderosos), já a Câmara dos Comuns era formada
pela alta burguesia e pela pequena nobreza rural (gentlemen).
De início não eram inimigos, pelo contrário, possuíam grandes ligações econômicas, os nobres dispunham de lã que era comprada pelos burgueses que a beneficiavam e vendiam, assim ambos lucravam.

A DINASTIA DOS STUART E A PRÉ-REVOLUÇÃO

Elizabeth morreu em 1603 sem deixar herdeiros e Jaime I, rei da Escócia e seu primo, assumiu o trono. Ele procurou estabelecer as prerrogativas reais implantando uma monarquia absoluta de direito divino na Inglaterra. Perseguiu seitas radicais e até os católicos.
A oposição entre rei e Parlamento ficou evidente a partir de 1610. O rei queria uma ocupação feudal na Irlanda; o Parlamento, uma colonização capitalista. Discordaram quanto aos impostos, pois o rei pretendia o monopólio sobre o comércio de tecidos, o que o tornaria independente do Parlamento financeiramente, considerando-se que já possuía rendas de suas próprias terras e de outros monopólios. Essa tensão entre o Rei e o Parlamento acabou resultando na dissolução deste último.
Com a morte de Jaime I em 1625, sobe ao trono seu filho Carlos I. Em 1628, guerras no exterior, mais precisamente na Escócia, o obrigam a convocar um Parlamento hostil, uma vez que o rei precisava de empréstimos, o Parlamento aceitou emprestar o dinheiro, contanto que o Rei assinasse Petição dos Direitos, um conjunto de leis que visava diminuir o poder do rei. Os membros da casa exigiam o controle da política financeira, controle da convocação do exército e regularidade na convocação do Parlamento, já que lhe negaram a aprovação de rendas fixas. Todavia, o parlamento voltou a ser dissolvido, esse período ficou conhecido como Pequeno Parlamento, pois durou pouco tempo.
Novos conflitos internos forçaram o rei Carlos I a reabrir novamente o Parlamento, todavia mais uma vez este veio a entrar em atrito com o Parlamento, uma vez que o monarca passou a cobrar impostos caídos em desuso, como o Ship Money, instituído em cidades portuárias para combater a pirataria e agora estendido a todo o reino. Como a forma de enquadrar os dissidentes era a política religiosa, Carlos tentou uniformizar o reino, impondo o anglicanismo aos escoceses, calvinistas. Eles se rebelaram e invadiram o norte inglês. O rei convocou o Parlamento em abril de 1640 e o dissolveu em seguida. Em novembro, sem opções, convocou-o de novo. Foi o Longo Parlamento, pois se manteve até 1653.

AS PORTAS DA REVOLUÇÃO

Nesse jogo de Abre Parlamento e Fecha Parlamento o atrito entre ambos chegou ao limite com o Parlamento dirigindo a Grande Remonstrance, quer dizer, publicamente repreenderam o Rei, este furioso exigiu a prisão de alguns líderes do parlamento, houve uma reação violenta que foi sustentada nas milícias urbanas que foram convocadas pelo Parlamento.


A GUERRA ESTOURA

Antes de mais nada é bom lembrar que a luta do rei não foi contra todo o Parlamento, e sim contra a Câmara dos Comuns. Ao lado do Rei e da Câmara dos Lordes lutaram os Cavaleiros, do lado da Câmara dos Comuns, e de seu comandante Oliver Cromwell estavam o exército de novo tipo, este possuía uma estrutura diferenciada, os cargos não eram definidos por riqueza e sim por qualidade como guerreiros, essa característica fez com que estes exército fosse bem mais preparado e incentivado que o exército dos cavaleiros, essa realidade abria possibilidades para outros grupos, mais radicais e populares, como os Levellers (Niveladores, que queriam que todos fossem considerados iguais) e os Diggers (Escavadores, que queriam uma distribuição de terras para os camponeses), esses grupos possuíam interesses mais sociais.
Em meio ao conflito o rei se refugiou na Escócia, foi preso e vendido pelo Parlamento escocês ao
Parlamento inglês.
Criou-se novo problema: setores do Parlamento, achando oportuno o momento para um acordo vantajoso com a realeza, passaram a conspirar com o rei contra o exército. Este estava organizado e influenciado por radicais, como os niveladores, que queriam evitar a desmobilização e o não-pagamento dos salários, como pretendia o Parlamento. Aprofundou-se a diferença entre os grandes do exército e suas bases de niveladores, com projeto avançado para a época. Eles tentaram assumir o controle do exército em 1647 e o rei aproveitou para fugir de novo. O exército se reunificou, prendeu o rei e depurou o Parlamento. Foram presos 47 deputados e excluídos 96: era o Parlamento Coto (Rump). Carlos I foi decapitado em 30 de janeiro de 1649, a Câmara dos Lordes abolida e a República proclamada em 19 de maio.

A REPÚBLICA DE CROMWELL /PROTETORADO

O Parlamento sofreu nova depuração. Um Conselho de Estado, com 41 membros, passou a exercer o Poder Executivo. De fato, quem o exercia era Cromwell; ele procurou eliminar a reação realista que, com apoio escocês, tentava pôr no trono Carlos II, filho de Carlos I. Cromwell também eliminou os radicais do exército. Os líderes niveladores foram executados; os escavadores, do movimento proletário rural que pretendia tomar terras do Estado, da nobreza e do clero anglicano, foram dizimados. Liquidado o movi­mento mais democrático dentro da Revolução Inglesa, os menos favorecidos ficaram sem esperanças.
Em 1653, foi dissolvido o que restava do Longo Parlamento. Uma nova Constituição deu a Cromwell o título de Lorde Protetor. Tinha poderes tão tirânicos quanto os da monarquia. Ofereceram-lhe a coroa, mas ele recusou: já era um soberano e podia até fazer o sucessor. Para com­bater os rivais holandeses e fortalecer o comércio exterior inglês, baixou o Ato de Navegação. As mercadorias inglesas somente podiam entrar em portos ingleses em navios ingleses ou em navios de seus países de origem. Cromwell governou com rigidez e intolerância, impondo suas ideias puritanas. O filho Richard Cromwell o substituiu após sua morte em 165 8 e, pouco firme, foi facilmente deposto em 1659.


A RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA E A REVOLUÇÃO GLORIOSA

Carlos II foi proclamado rei em 1660. Com poderes limitados, ele se aproximou de Luís XIV da França, tornando-se suspeito para o Parlamento. Uma onda contra-revolucionária sobreveio, favorecida por um Parlamento de Cavaleiros, composto por nobres realistas e anglicanos em sua maioria. O corpo de Cromwell foi desenterrado e pendurado na forca. Carlos II baixou novos atos de navegação em favor do comércio inglês. Sua ligação com Luís XIV levou-o a envolver-se na Guerra da Holanda. O Parlamento baixou então, em 1673, a Lei do Teste, pela qual todos os que exercessem função pública deveriam professar seu antianglicanismo.
Jaime II, irmão de Carlos II, subiu ao trono mesmo sendo católico. Buscou restaurar o absolutismo e o catolicismo. Indicou católicos para funções importantes. Em 1688, o Parlamento convocou Maria Stuart, filha de Jaime II e mulher de Guilherme de Orange, governador das Províncias Unidas, para ocupar o trono. Foi um movimento pacífico. Jaime II refugiou-se na França e um novo Parlamento proclamou Guilherme e Maria rei e rainha da Inglaterra, esse movimento é conhecido como REVOLUÇÃO GLORIOSA.
Os novos soberanos tiveram de aceitar a Declaração dos Direitos, baixada em 1689, que decretava: o rei não podia cancelar leis parlamentares e o Parlamento poderia dar o trono a quem lhe aprouvesse após a morte do rei; haveria reuniões parlamentares e eleições regulares; o Parlamento votaria o orçamento anual; inspetores controlariam as contas reais; católicos foram afastados da sucessão; a manutenção de um exército em tempo de paz foi considerada ilegal.


CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INGLESA

Abriam-se as condições para o avanço econômico que resultaria na Revolução Industrial. De um lado, uma revolução na agricultura através dos cercamentos que beneficiou a gentry. De outro, a expansão comercial e marítima garantida pelos Atos de Navegação, que atendiam aos interesses da burguesia mercantil. Assim se fez a Revolução Gloriosa, que assinalou a ascensão da burguesia ao controle total do Estado.

Dúvidas

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