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Muitas vezes achamos que tudo que sabemos, tudo que somos foi uma escolha nossa, sera?
Será que não apenas reproduzimos o que nossa sociedade é?
Será que realmente somos autônomos?


A história não é uma disciplina decorativa como muitos pensam, pelo contrário ela busca fazer com que as pessoas pensem, critiquem, reajam aos acontecimentos em sua volta, não como bonecos, marionetes, mas como seres consciêntes e capazes e mudar seu "destino".

PENSE, SINTA, VIVA HISTÓRIA

quarta-feira, 12 de maio de 2021

A Revolução Francesa e o Período Napoleônico (2º Ano)



A Revolução Francesa é um marco na histórica, marcando o fim da idade moderna e início da idade contemporânea. Tirando toda discussão acerca da legitimidade da divisão histórica que seguimos, é fato que esse acontecimento trouxe grande impacto na formação social contemporânea, tendo em vista que vem marcar o fim da monarquia absolutista na França, trazendo consigo grandes mudanças que se disseminaram não só pelas Europa, mais por boa parte do mundo, ideias como liberdade, igualdade e fraternidade.
 
CRITICAS AO ANTIGO REGIME
 
A revolução Francesa deve ser vista como um tiro de misericórdia que veio finalizar a longa crise que o Antigo Regime passava. Na França o sistema absolutista já vinha se esgotando já a algum tempo, sendo que no governo de Luiz XVI passou a ser contestado, mais tal fato, ou seja, as causas para a revolução, se deveu a alguns aspectos característicos da sociedade francesa e do sistema absolutista.
 
CAUSAS PARA A REVOLUÇÃO 
 
Foram várias as causas que levaram a crise da Monarquia absolutista francesa, sendo que, de forma geral, podem ser divididos em sociais, econômicos e políticos:
 
o 3º estado carregando os demais
Aspectos sociais: De forma geral podemos dizer que a sociedade francesa estava marcada pela desigualdade e estratificação social, sendo formados por estados. O 1º Estado era formado pelo alto e baixo clero, o 2º Pelos Nobres, provinciais e palacianos, de sangue e toga, já o 3º estado era formado por todo o restante da população. Todos os estados pagavam impostos, no entanto a carga mais pesada ficava sob a responsabilidade do 3º estado, sendo que além disso, os dois primeiros estados possuíam muitos direitos, sendo o 3º o mais explorado.
 
Aspectos econômicos: dentre essas causas podemos citar o alto déficit público do governo, ou seja, o governo gastava mais do recebia. Fora isso ainda teve a participação francesa em conflitos internacionais, o que aumentou os gastos públicos. Tivemos também problemas ligados ao mercado internacional, onde o governo importava mais que exportava. Como se tudo isso não bastasse, a França vem passar por uma de suas maiores crises agrícolas, assim o país passou a conviver com a miséria e a fome.
 
Aspectos políticos: na França absolutista o poder era divido entre o rei e o parlamento, que tinha o poder de julgar e vetar as leis propostas pelo rei. A crise entre ambos vai deflagrar a Revolução.

QUAL FOI O ESTOPIM PARA A REVOLUÇÃO?

 
Como todos os conflitos, teremos as causas e o estopim, o último empurrãozinho! E o estopim vai ser justamente o confronto entre o rei e o parlamento, resultante de uma crise econômica que abalou o país. Mediante tal crise o rei buscou aumentar os impostos de todos os estados, incluindo o clero e os nobres, tal medida irritou o parlamento, mais a situação veio piorar ainda mais quando o rei pediu um empréstimo e não foi atendido.  O rei buscando contornar essa situação vai diminuir o número de parlamentares, na tentativa de diminuir o poder do parlamento, entretanto, isso somente vai piorar toda a situação.
Os parlamentares irão pressionar o Rei para que ocorra a convocação dos Estados Gerais, que reunia representantes de todos os três estados, mais é bom lembrar que o povão não podia participar desse ato.
 
A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
 
Com os Estados Gerais reunidos irão surgir os problemas. O maior era a ideia de como seria feita as eleições, sendo que o 1º e o 2º estados queriam que a eleição fosse por estado, o que iria representar uma derrota certa para o 3º estado, assim este defendia uma eleição por cabeça, que com certeza iria garantir a vitória do 3º estado sobre os demais, fato esse que aconteceu com o apoio de dissidentes dos outros estados.
Mediante essa situação o Rei buscou dissolver o parlamento, decisão que fez aumentar ainda mais o clima de tensão. Como resposta os parlamentares transformaram os Estados Gerais em uma Assembleia Nacional Constituinte. Tal medida do parlamento resultou e medidas mais drásticas por parte do Rei, como o afastamento de um ministro que era bem visto pelo povo. Ao saberem desse afastamento o povo enfurecido invadiu uma prisão em que eram colocados os inimigos do rei, a chamada tomada da bastilha.
 
CURIOSIDADE: A Bastilha representava o poder de repressão do rei, assim quando o povo a derrubou simbolizava que o poder do rei ruía ao mesmo tempo que as paredes da Bastilha, sendo que a autoridade agora pertenceria ao povo.
tomada da bastilha


Toda movimentação na capital acabou se espalhando também pelo campo, onde os camponeses invadiam os castelos dos nobres e massacravam seus moradores, um período denominado de Grande Medo.
Assim que foi formada a Assembleia Nacional, lançaram um conjunto de medidas de cunho iluminista, que tinha por objetivo diminuir o poder dos demais estados. A primeira medida foi a abolição dos direitos feudais, aqueles que exploravam o povo, que com a criação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, declarava que declarava os princípios que foram marca da revolução, a liberdade, igualdade e fraternidade. Fora isso, ainda tivemos a tentativa de diminuir o poder da Igreja, fazendo com que ela ficasse subordinada ao Estado, isso foi proposto pela Constituição Civil do Clero, além de buscar limitar o poder do rei através da divisão do estado em três poderes (executivo, legislativo e judiciário), inaugurando uma Monarquia Constitucional, ou seja, os poderes e atribuições do rei estariam contidas em uma constituição.
 
CURIOSIDADE: mesmo a Revolução Francesa pregando as ideias iluministas, não podemos nos esquecer que essa revolução era uma revolução burguesa, consequentemente, buscaria proteger os ideais burgueses, assim, até mesmo a nova constituição (1791) ainda mantinha uma certa desigualdade, sendo que nem todos podiam votar, os eleitores estavam divididos em ativos, podiam votar, e os passivos, que por serem mais pobres não poderiam votar.
 
Nesse período irão ocorrer duas coisas que vão marcar a revolução. A primeira faz referência ao ataque por parte das outras nações absolutistas, contra a França, pois tinham medo que a Revolução se espalhasse. A outra coisa foi a fuga do rei, pois o mesmo tinha esperança de reaver seu poder total no país, no entanto ele foi recapturado e posteriormente julgado e sentenciado a morte, acusado de
o rei Luiz XVI guilhotinado
traição.

A CONVENÇÃO
 
Com a morte do rei o país foi governado pela Convenção, que era uma espécie de câmara formada pelos Girondinos, Jacobinos e pelo pântano. Os primeiros eram formados pela alta burguesia, defendo seus interesses, acreditavam que já estava na hora de acabar a revolução. Os jacobinos tinham como componentes a ala mais pobre da revolução, e consequentemente, os mais revolucionários. A planície ou pântano ficava em cima do muro, não tendo posições políticas definidas.
 
CURIOSIDADE: você já ouviu falar de partido de direita ou esquerda? Pois bem, essa nomeação vem desde a revolução, pois na convenção os partidos estavam divididos, na direita ficavam os girondinos, que eram mais reacionários e ligados aos ricos, na esquerda tinha os jacobinos, mais revolucionários e ligados ao povão.

GIRONDINOS E JACOBINOS
 
Durante um tempo os girondinos ficaram no poder, no entanto lançaram medidas que limitava a participação popular na vida política, voltando-se mais para o apoio a burguesia, tínhamos aí uma república burguesa. Esse período foi marcado pela guerra da França contra outros países, além de problemas com alimentação, tudo isso fez com que o povo se rebelasse contra os girondinos.
Os jacobinos aproveitaram a situação para tomar o poder, além de caçar e matar os principais líderes girondinos, resultando na fuga dos sobreviventes, aí teremos a formação da República Jacobina.
 
A HORA DO TERROR
 
Em meio à crise, com a guerra civil e o risco constante de serem invadidos, os jacobinos criaram o Comitê de Salvação Pública, que tinha por finalidade cuidar do exército e da administração do país. Durante o governo de jacobino haverá um conjunto de medidas que visaram democratizar a política, como maior participação do povo com o sufrágio universal, além de extinção da escravidão nas colônias. Durante esse período o principal líder foi Robespierre.
Depois a situação ficou mais crítica, iniciando a fase do terror, período em que muitos foram presos e condenados à morte por guilhotina, por serem tidos como inimigos da revolução, tal ação estava a cargo do tribunal revolucionário.
No entanto o terror foi tão grande que mesmo entre os jacobinos surgiu crise, resultando na morte de líderes do próprio partido, tal situação se somou a uma revolta por parte de grupos girondinos e monarquistas, resultando no que ficou conhecido como reação termidoriana.
 
O DIRETÓRIO
 
Nesse período a burguesia voltou ao poder, onde o mesmo era exercido pelo diretório, que perseguiu os jacobinos, no que ficou conhecido como terror branco, além de garantir que o povo não tivesse mais acesso ao poder. A administração do país foi entregue a um conselho, e posteriormente a um consulado, que era formado por três pessoas, dentre elas Napoleão Bonaparte, jovem general que se tornou herói para o povo.

Napoleão
É AGORA NAPOLEÃO!!
 
Com a crise e a guerra contra os outros países, os líderes burgueses temiam uma revolta popular ou monarquistas, assim apoiaram um golpe criando o consulado, que era formado por três pessoas, dentre elas, Napoleão, jovem general que se tornou herói. Aproveitando-se de sua fama e de uma política que buscou conciliar os interesses do povo e burguesia, Napoleão fez um conjunto de medidas políticas que o levara a ser coroado como imperador.
Buscando aumentar o poder do país, o imperador lançou-se a um expansionismo, aumentando o tamanho do território da França. Nisso acabou batendo de frente com o maior concorrente francês, a Inglaterra. Como no mar a marinha inglesa mandava, Napoleão usou como estratégia o bloqueio constitucional, que tinha como objetivo destruir a economia inglesa.
O problema é que muitos países não seguiram à risca essa ordem, fazendo com que Napoleão invadisse os país rebelde e substitui-se seu governante por alguém de sua confiança, mais aí gerava um probleminha! Para manter essa pessoa no poder ele tinha que manter parte de seu exército, o que
vinda da família real portuguesa para o Brasil
acaba diminuindo o mesmo.
 
CURIOSIDADE: Por ter já há muitos anos acordos comerciais com a Inglaterra, Portugal quebrou o acordo com Napoleão, assim o mesmo invadiu o país, mais antes disso a família real portuguesa fugiu para o Brasil, isso fez com que a colônia se tornasse capital do império
, trazendo muitas modificações.

A QUEDA DE NAPOLEÃO
 
A Rússia também desrespeitou o bloqueio continental, levando Napoleão a reunir um grande exército, com cerca de 600 mil soldados. No entanto, aquilo que pareceria uma vitória certa se mostrou um pesadelo para o imperador, tendo em vista que seus homens se depararam com um clima que não estavam acostumados, chegaram em meio ao rigoroso inverno russo. Os soldados russos se utilizavam da estratégia da terra arrasada, que consistia em destruir tudo que o exército inimigo pudesse usar, desde prédios até comida, assim com frio, fome e o ataque dos soldados inimigos os
Napoleão derrotado
600 mil soldados foram reduzidos a cerca de 60 mil. Assim, o mito do general invencível foi destruído, assim como o medo que muitos tinham por ele.
Nesse mesmo período Napoleão se afastou dos ideais revolucionários, se apoderando de práticas monárquicas, além disso, gastava muito para manter seus parentes no poder dos países pode ele tomado, e como se tudo isso não fosse o bastante a França, por causa de tantas guerras e péssimas colheitas estava cada vez mais destruída, aproveitando a situação países, como Inglaterra e Prússia, aproveitaram a situação para atacar o país, resultando na perda de Napoleão. Com isso o imperador foi obrigado a assinar o tratado de Fontainebleau, onde abdicava o trono da França, passando a receber uma pensão e a ter como seu território particular a ilha de Elba. Mais depois de um tempo Napoleão tentou mais uma vez recuperar seu poder, conseguiu, mais somente por 100 dias, no que ficou conhecido como governo dos 100 dias, vindo a ser mais uma vez preso, ficando na ilha de Santa Helena até sua morte.
 
E DEPOIS?
 
O trono da França foi entregue ao irmão do rei morto, que para amenizar a crise criou uma constituição que dava alguns direitos ao povo, como o de opinião e culto, mais concentrava o poder nas mãos da coroa, os que ainda me mantinham fiéis aos ideais de revolução e a Napoleão foram seriamente reprimidos.
Buscando restaurar a ordem, foi feita uma reunião em Viena, onde se criou dois princípios, o da legitimidade e do equilíbrio de poder. O Primeiro determinava que aqueles que foram retirados do poder por Napoleão, voltassem. O outro definia que os países vencedores da guerra contra Napoleão teriam o direito a aumentar suas colônias. Por fim, foi criado também a Santa Aliança, que foi criada para garantir as decisões do congresso de Viena e lutar contra as revoltas liberais.

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