A Revolução Francesa é um marco
na histórica, marcando o fim da idade moderna e início da idade contemporânea.
Tirando toda discussão acerca da legitimidade da divisão histórica que
seguimos, é fato que esse acontecimento trouxe grande impacto na formação
social contemporânea, tendo em vista que vem marcar o fim da monarquia
absolutista na França, trazendo consigo grandes mudanças que se disseminaram
não só pelas Europa, mais por boa parte do mundo, ideias como liberdade,
igualdade e fraternidade.
CRITICAS AO ANTIGO REGIME
A revolução Francesa deve ser
vista como um tiro de misericórdia que veio finalizar a longa crise que o Antigo Regime passava. Na França o
sistema absolutista já vinha se esgotando já a algum tempo, sendo que no
governo de Luiz XVI passou a ser contestado, mais tal fato, ou seja, as causas para a revolução, se deveu a
alguns aspectos característicos da sociedade francesa e do sistema absolutista.
CAUSAS PARA A REVOLUÇÃO
Foram várias as causas que levaram
a crise da Monarquia absolutista francesa, sendo que, de forma geral, podem ser
divididos em sociais, econômicos e políticos:
o 3º estado carregando os demais |
Aspectos econômicos: dentre
essas causas podemos citar o alto déficit público do governo, ou seja, o
governo gastava mais do recebia. Fora isso ainda teve a participação francesa
em conflitos internacionais, o que aumentou os gastos públicos. Tivemos também
problemas ligados ao mercado internacional, onde o governo importava mais que
exportava. Como se tudo isso não bastasse, a França vem passar por uma de suas
maiores crises agrícolas, assim o país passou a conviver com a miséria e a
fome.
Aspectos políticos: na
França absolutista o poder era divido entre o rei e o parlamento, que tinha o
poder de julgar e vetar as leis propostas pelo rei. A crise entre ambos vai
deflagrar a Revolução.
Como todos os conflitos, teremos
as causas e o estopim, o último empurrãozinho! E o estopim vai ser justamente o
confronto entre o rei e o parlamento, resultante de uma crise econômica que
abalou o país. Mediante tal crise o rei buscou aumentar os impostos de todos os
estados, incluindo o clero e os nobres, tal medida irritou o parlamento, mais a
situação veio piorar ainda mais quando o rei pediu um empréstimo e não foi
atendido. O rei buscando contornar essa
situação vai diminuir o número de parlamentares, na tentativa de diminuir o
poder do parlamento, entretanto, isso somente vai piorar toda a situação.
Os parlamentares irão pressionar
o Rei para que ocorra a convocação dos Estados
Gerais, que reunia representantes de todos os três estados, mais é bom
lembrar que o povão não podia participar desse ato.
A ASSEMBLEIA NACIONAL
CONSTITUINTE
Com os Estados Gerais reunidos
irão surgir os problemas. O maior era a ideia de como seria feita as eleições,
sendo que o 1º e o 2º estados queriam que a eleição fosse por estado, o que
iria representar uma derrota certa para o 3º estado, assim este defendia uma
eleição por cabeça, que com certeza iria garantir a vitória do 3º estado sobre
os demais, fato esse que aconteceu com o apoio de dissidentes dos outros
estados.
Mediante essa situação o Rei
buscou dissolver o parlamento, decisão que fez aumentar ainda mais o clima de
tensão. Como resposta os parlamentares transformaram os Estados Gerais em uma Assembleia Nacional Constituinte. Tal
medida do parlamento resultou e medidas mais drásticas por parte do Rei, como o
afastamento de um ministro que era bem visto pelo povo. Ao saberem desse
afastamento o povo enfurecido invadiu uma prisão em que eram colocados os
inimigos do rei, a chamada tomada da
bastilha.
CURIOSIDADE: A Bastilha representava o poder de repressão do rei, assim
quando o povo a derrubou simbolizava que o poder do rei ruía ao mesmo tempo que
as paredes da Bastilha, sendo que a autoridade agora pertenceria ao povo.
tomada da bastilha |
Toda movimentação na capital acabou se espalhando também pelo campo, onde os camponeses invadiam os castelos dos nobres e massacravam seus moradores, um período denominado de Grande Medo.
Assim que foi formada a
Assembleia Nacional, lançaram um conjunto de medidas de cunho iluminista, que
tinha por objetivo diminuir o poder dos demais estados. A primeira medida foi a
abolição dos direitos feudais, aqueles que exploravam o povo, que com a criação
da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, declarava que declarava os princípios que foram marca da
revolução, a liberdade, igualdade e fraternidade. Fora isso, ainda tivemos a
tentativa de diminuir o poder da Igreja, fazendo com que ela ficasse
subordinada ao Estado, isso foi proposto pela Constituição Civil do Clero, além de buscar limitar o poder do rei
através da divisão do estado em três poderes (executivo, legislativo e
judiciário), inaugurando uma Monarquia
Constitucional, ou seja, os poderes e atribuições do rei estariam contidas
em uma constituição.
CURIOSIDADE: mesmo a Revolução Francesa pregando as ideias iluministas,
não podemos nos esquecer que essa revolução era uma revolução burguesa,
consequentemente, buscaria proteger os ideais burgueses, assim, até mesmo a
nova constituição (1791) ainda mantinha uma certa desigualdade, sendo que nem
todos podiam votar, os eleitores estavam divididos em ativos, podiam votar, e
os passivos, que por serem mais pobres não poderiam votar.
Nesse período irão ocorrer duas
coisas que vão marcar a revolução. A primeira faz referência ao ataque por
parte das outras nações absolutistas, contra a França, pois tinham medo que a
Revolução se espalhasse. A outra coisa foi a fuga do rei, pois o mesmo tinha
esperança de reaver seu poder total no país, no entanto ele foi recapturado e
posteriormente julgado e sentenciado a morte, acusado de
traição.
o rei Luiz XVI guilhotinado |
A CONVENÇÃO
Com a morte do rei o país foi
governado pela Convenção, que era
uma espécie de câmara formada pelos Girondinos, Jacobinos e pelo pântano. Os
primeiros eram formados pela alta burguesia, defendo seus interesses,
acreditavam que já estava na hora de acabar a revolução. Os jacobinos tinham
como componentes a ala mais pobre da revolução, e consequentemente, os mais
revolucionários. A planície ou pântano ficava em cima do muro, não tendo
posições políticas definidas.
CURIOSIDADE: você já ouviu falar de partido de direita ou esquerda?
Pois bem, essa nomeação vem desde a revolução, pois na convenção os partidos
estavam divididos, na direita ficavam os girondinos, que eram mais reacionários
e ligados aos ricos, na esquerda tinha os jacobinos, mais revolucionários e
ligados ao povão.
GIRONDINOS E JACOBINOS
Durante um tempo os girondinos
ficaram no poder, no entanto lançaram medidas que limitava a participação popular
na vida política, voltando-se mais para o apoio a burguesia, tínhamos aí uma república burguesa. Esse período foi
marcado pela guerra da França contra outros países, além de problemas com alimentação,
tudo isso fez com que o povo se rebelasse contra os girondinos.
Os jacobinos aproveitaram a
situação para tomar o poder, além de caçar e matar os principais líderes
girondinos, resultando na fuga dos sobreviventes, aí teremos a formação da República Jacobina.
A HORA DO TERROR
Em meio à crise, com a guerra
civil e o risco constante de serem invadidos, os jacobinos criaram o Comitê de Salvação Pública, que tinha
por finalidade cuidar do exército e da administração do país. Durante o governo
de jacobino haverá um conjunto de medidas que visaram democratizar a política,
como maior participação do povo com o sufrágio universal, além de extinção da
escravidão nas colônias. Durante esse período o principal líder foi
Robespierre.
Depois a situação ficou mais
crítica, iniciando a fase do terror,
período em que muitos foram presos e condenados à morte por guilhotina, por
serem tidos como inimigos da revolução, tal ação estava a cargo do tribunal revolucionário.
No entanto o terror foi tão
grande que mesmo entre os jacobinos surgiu crise, resultando na morte de
líderes do próprio partido, tal situação se somou a uma revolta por parte de
grupos girondinos e monarquistas, resultando no que ficou conhecido como reação termidoriana.
O DIRETÓRIO
Nesse período a burguesia voltou
ao poder, onde o mesmo era exercido pelo diretório,
que perseguiu os jacobinos, no que ficou conhecido como terror branco, além de garantir que o povo não tivesse mais acesso
ao poder. A administração do país foi entregue a um conselho, e posteriormente
a um consulado, que era formado por três pessoas, dentre elas Napoleão Bonaparte, jovem general que
se tornou herói para o povo.
Com a crise e a guerra contra os
outros países, os líderes burgueses temiam uma revolta popular ou monarquistas,
assim apoiaram um golpe criando o consulado,
que era formado por três pessoas, dentre elas, Napoleão, jovem general que se tornou herói. Aproveitando-se de sua
fama e de uma política que buscou conciliar os interesses do povo e burguesia,
Napoleão fez um conjunto de medidas políticas que o levara a ser coroado como
imperador.
Buscando aumentar o poder do
país, o imperador lançou-se a um expansionismo, aumentando o tamanho do
território da França. Nisso acabou batendo de frente com o maior concorrente
francês, a Inglaterra. Como no mar a marinha inglesa mandava, Napoleão usou
como estratégia o bloqueio
constitucional, que tinha como objetivo destruir a economia inglesa.
O problema é que muitos países
não seguiram à risca essa ordem, fazendo com que Napoleão invadisse os país
rebelde e substitui-se seu governante por alguém de sua confiança, mais aí
gerava um probleminha! Para manter essa pessoa no poder ele tinha que manter
parte de seu exército, o que
acaba diminuindo o mesmo.
vinda da família real portuguesa para o Brasil |
CURIOSIDADE: Por ter já há muitos anos acordos comerciais com a
Inglaterra, Portugal quebrou o acordo com Napoleão, assim o mesmo invadiu o
país, mais antes disso a família real portuguesa fugiu para o Brasil, isso fez
com que a colônia se tornasse capital do império
, trazendo muitas modificações.
, trazendo muitas modificações.
A QUEDA DE NAPOLEÃO
A Rússia também desrespeitou o
bloqueio continental, levando Napoleão a reunir um grande exército, com cerca
de 600 mil soldados. No entanto, aquilo que pareceria uma vitória certa se
mostrou um pesadelo para o imperador, tendo em vista que seus homens se
depararam com um clima que não estavam acostumados, chegaram em meio ao
rigoroso inverno russo. Os soldados russos se utilizavam da estratégia da terra arrasada, que consistia em
destruir tudo que o exército inimigo pudesse usar, desde prédios até comida,
assim com frio, fome e o ataque dos soldados inimigos os
600 mil soldados foram
reduzidos a cerca de 60 mil. Assim, o mito do general invencível foi destruído,
assim como o medo que muitos tinham por ele.
Napoleão derrotado |
Nesse mesmo período Napoleão se
afastou dos ideais revolucionários, se apoderando de práticas monárquicas, além
disso, gastava muito para manter seus parentes no poder dos países pode ele
tomado, e como se tudo isso não fosse o bastante a França, por causa de tantas
guerras e péssimas colheitas estava cada vez mais destruída, aproveitando a
situação países, como Inglaterra e Prússia, aproveitaram a situação para atacar
o país, resultando na perda de Napoleão. Com isso o imperador foi obrigado a
assinar o tratado de Fontainebleau,
onde abdicava o trono da França, passando a receber uma pensão e a ter como seu
território particular a ilha de Elba. Mais depois de um tempo Napoleão tentou
mais uma vez recuperar seu poder, conseguiu, mais somente por 100 dias, no que
ficou conhecido como governo dos 100
dias, vindo a ser mais uma vez preso, ficando na ilha de Santa Helena até sua
morte.
E DEPOIS?
O trono da França foi entregue ao
irmão do rei morto, que para amenizar a crise criou uma constituição que dava
alguns direitos ao povo, como o de opinião e culto, mais concentrava o poder
nas mãos da coroa, os que ainda me mantinham fiéis aos ideais de revolução e a
Napoleão foram seriamente reprimidos.
Buscando restaurar a ordem, foi
feita uma reunião em Viena, onde se criou dois princípios, o da legitimidade e do equilíbrio de poder. O Primeiro determinava que aqueles que foram
retirados do poder por Napoleão, voltassem. O outro definia que os países
vencedores da guerra contra Napoleão teriam o direito a aumentar suas colônias.
Por fim, foi criado também a Santa
Aliança, que foi criada para garantir as decisões do congresso de Viena e
lutar contra as revoltas liberais.
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