Sejam Bem Vindos!!!!!

A todos que buscam conhecimento de uma maneira simples e descontraída




Muitas vezes achamos que tudo que sabemos, tudo que somos foi uma escolha nossa, sera?
Será que não apenas reproduzimos o que nossa sociedade é?
Será que realmente somos autônomos?


A história não é uma disciplina decorativa como muitos pensam, pelo contrário ela busca fazer com que as pessoas pensem, critiquem, reajam aos acontecimentos em sua volta, não como bonecos, marionetes, mas como seres consciêntes e capazes e mudar seu "destino".

PENSE, SINTA, VIVA HISTÓRIA

domingo, 6 de junho de 2021

Os regimes totalitários (3º Ano)



OS REGIMES TOTALITÁRIOS (3º Ano)

 

INTRODUÇÂO


Com o fim da I Guerra Mundial e a quebra da bolsa de valores de Nova York, grup


os nacionalistas mais radicais, especialmente os de extrema-direita, passaram a utilizar a crise econômica como justificativa para criticar o sistema liberal-capitalista, acusando-o de ser incapaz de atender aos anseios da população, e a exigir políticas mais efetivas. Com isso, tivemos um quadro de derrocada dos valores e das instituições liberais, assim como a descrença nos partidos tradicionais, sobretudo na Europa. Greves, protestos e manifestações de rua eclodiram em alguns países, como a Alemanha.

A instabilidade política e econômica, os ressentimentos gerados pelo tratado de paz, o sentimento de revanchismo que essas medidas ocasionaram e o desemprego auxiliaram na escalada dos movimentos político autoritários e totalitários.

 

CONTEXTO

 

·         Ambiente de frustrações e sentimento de revanchismo pós I Guerra;

·         Expansão e radicalização do sentimento nacionalista;

·         Críticas à democracia e ao liberalismo (liberdades/direitos individuais);

·         Expansão da ideologia socialista

 

OS REGIMES AUTORITÁRIOS

 

      


      Os regimes autoritários costumam ser confundidos e/ou identificados com governos totalitários. O que há de comum entre eles é o cerceamento de liberdades individuais em nome da segurança nacional, o recurso à massiva propaganda política, a censura e um ativo aparelho repressor.

            Nos regimes autoritários, porém, não há uma ideologia de base que sirva para a “construção da sociedade”, nem mobilização popular que lhes dê suporte. Pelo contrário, no lugar da doutrinação política e incentivo ao engajamento ativista, vem prevalecer a despolitização, resultando, inclusive, levando à uma apatia pela política. Mesmo assim ainda vai imperar o clima de repressão violenta, gerando medo e desestimulando atuação política independente.

            Sempre que possível os governos autoritários buscam manter uma aparência de democracia. Além de posicionar militares na burocracia estatal, enquanto a elite econômica conta com oficiais das forças armadas nos postos-chave.

 

OS REGIMES TOTALITÁRIOS

           

            O totalitarismo foi um fenômeno político do século XX que mobilizou de modo surpreendente grandes segmentos da sociedade dos países na qual ocorreram. Tivemos o totalitarismo de esquerda, seguindo orientação comunista, na figura de Stalin, na URSS, como também na China; assim como o totalitarismo de direita, conservador, que ocorreu na Alemanha nazista e na Itália fascista.

            Ambos vão possuir algumas características comuns:

 

·         O Estado com poder total: "Nada deve haver fora do Estado, acima do Estado e contra o Estado" (Benito Mussolini);

·         Nacionalismo: O indivíduo em detrimento do coletivo;

·         Mistificação da figura do líder/ culto ao líder: personificação do poder no indivíduo/líder;

·         Subordinação dos poderes legislativo e judiciário ao poder executivo;

·         Valorização de disciplinas de moral e cívica: Estímulo ao amor à pátria e a figura do líder;

·         Idealismo: por meio da força adequar a realidade à vontade do Estado;

·         Romantismo: idealização do passado (revisionismo histórico);

·         Mecanismo de controle e aparato repressivo: polícias secretas e uso de milícias;

·         Organismos de massa sob a tutela do Estado: o fenômeno de massas;

·         A criação de “um inimigo”: justificando a presença e permanência do regime totalitário;

·         Partido Único: não se tolera oposição ao Estado;

·         Comunicação de massa/ concentração pelo Estado de todos os meios de comunicação e propaganda;

·         Sentimento antiliberal: suplantação das liberdades e direitos individuais;

·         Sentimento antidemocrático: a democracia limita o poder do Estado;

·         Campos de concentração e de extermínio;

 

OBSERVEM:



 

LEIAM:

 

Os nazistas literalmente afirmaram que estavam tomando a palavra “socialista” da esquerda. Veja Hitler: 

Socialismo é a ciência de lidar com o bem comum. Comunismo não é socialismo. Marxismo não é socialismo. Os marxistas roubaram o termo e confundiram seu significado. Eu vou tirar o socialismo dos socialistas. Socialismo é uma instituição ancestral ariana, germânica.

Nossos ancestrais tinham certas terras em comum. Eles cultivaram a ideia do bem comum. O marxismo não tem o direito de se disfarçar de socialismo. Socialismo, diferente de marxismo, não repudia a propriedade privada.

                                               — Entrevista com George Sylverster Viereck, 1923

 

O FASCISMO

 

            Nos anos que se seguiram à Primeira Guerra, o cenário na Europa era desolador:


destruição, desemprego, inflação em alta, entre outras coisas. Nas cidades europeias, viam-se também milhões de ex-soldados, muitos mutilados e sem ocupação digna, e um grande número de mendigos.

            Nesse cenário marcado pela falta de emprego, assim como de esperanças, os europeus mostravam sua insatisfação social participando de protestos, greves e revoltas. Ou, então, abraçando ideias de políticos e partidos que apresentavam soluções rápidas para os problemas sociais. Esses políticos acabavam culpando os governos democráticos pela crise e defendiam a necessidade de um governo forte, guiado por um líder, assim como um partido único.

            Apesar de ter lutado ao lado dos vencedores durante a I Guerra Mundial, a Itália saiu com grandes perdas, materiais e humanas, além de não obter os ganhos territoriais que esperava como recompensa por sua participação no conflito. Nessa situação, alguns políticos acabaram se aproveitando do orgulho nacional ferido, argumentando que os italianos haviam sido usados e depois enganados pelos aliados (franceses e ingleses).

       


     O jornalista e político Benito Mussolini foi o idealizador e a principal liderança do fascismo italiano, criando em 1919, os Fasci Italiani di Combattimento – um movimento nacionalista extremado, antiliberal, que atuava por meio de uma organização paramilitar dotada de esquadrões armados.

            Desde cedo, o movimento fascista rocou o diálogo pela violência física, usando porretes, facas, caçavam, humilhavam, intimidavam e matavam adversários, sendo seus principais alvos, socialistas, democratas e comunistas.

            Grandes proprietários de terras, assim como empresários, temerosos pelo crescimento dos socialistas e comunistas nas urnas, começaram a encarar o fascismo como única barreira a tal crescimento, buscando assim garantir a continuação do status quo.

            Com o passar do tempo o fascismo passou a receber apoio de ex-combatentes da I Guerra, desempregados, camponeses, além de outros, dessa forma, fortalecidos, em 1921, em decorrência do Biênio Vermelho (1919 – 1920), os fascistas fundaram um partido político, o Partido Nacional Fascista, fiéis ao comando de Benito Mussolini.

           


No ano seguinte, se aproveitando de uma crise desencadeada por uma greve geral, liderada por comunistas e socialistas, milhares de fascistas (squadristi, camisas negras) vindos de várias regiões do país, marcham em direção a Roma (Marcha sobre Roma 28/10/1922), pressionando o rei Vittorio Emanuelle III, este cede à pressão e nomeia Mussolini como primeiro-ministro, ou seja, chefe do governo italiano.

 

MUSSOLINI NO PODER

 

            Inicialmente, Mussolini buscou manter as aparências ao conservar a estrutura e instituições do Estado liberal, todavia, com o passar do tempo, iniciou o processo de construção do Estado Totalitário, criando uma força militar paralela que era destinada a intimidar e reprimir qualquer oposição ao governo.

            Nas eleições seguintes, 1924, os fascistas agiram de forma ainda mais dura,


impedindo pessoas de votar, roubando urnas, espancando e intimidando, chegando inclusive a matar, como foi o caso do deputado socialista Giacomo Matteoti. Assim conseguiram ganhar as eleições por ampla maioria dos votos, conseguindo assim o domínio do parlamento italiano.

            Mesmo nessa situação, na Itália, o fascismo sofreu um duro golpe, os jornais de oposição aumentaram suas vendas, e símbolos, fardas e imagens de Mussolini desapareceram das ruas. O rei continuou, no entanto, apoiando Mussolini.

            Aproveitando-se disso, assim como do medo do crescimento dos partidos socialistas e comunistas causavam às camadas ricas, Mussolini aperta a corda, em 1926, o líder fascista, agora com o título de duce, implanta uma ditadura baixando as leis fascistíssimas.

            Valendo-se dessas leis, o governo envia opositores para ilhas distantes, substitui prefeitos eleitos por funcionários nomeados, além de criar a polícia secreta (OVRA). Mas além da prática da intimidação, recorreram também ao convencimento, como os programas específicos para a juventude.

         


   Benito Mussolini esforçou-se para ampliar as bases de apoio de seu poder por meio de alianças, como com a Igreja Católica, pondo fim em 1929, a QUESTÃO ROMANA, assinando com o Papa Pio XI o tratado de Latrão, reconhecendo o Vaticano como Estado Independente, neutro e inviolável, além de oferecer 2 bilhões de liras, reconhecendo também o catolicismo como religião oficial do Estado. A Igreja em contrapartida reconhecia e legitimava o governo italiano chefiado por Mussolini.

 

CURIOSIDADE:

 

PARA MUSSOLINI, A RESPOSTA PAR TIRAR A ITÁLIA DA CRIDE (1929) ERA BEM SIMPLES, EXPANÇÃO IMPERIALISTA!

 

 

O NAZISMO

 

            Assim como o fascismo italiano, o nazismo alemão tirou proveito da conjuntura de


crise herdada da I Guerra Mundial para ganhar mais espaço e consequentemente mais poder, situação essa agravada com a crise de 1929.

            A crise alemã se configurava como uma mistura explosiva, uma vez que combinava desemprego, achatamento salarial e inflação, além, é claro, de ter sido considerada a principal culpada pelo conflito, sendo assim obrigada a assinar um tratado que dificultava ainda mais a sua situação, o Tratado de Versalhes. Esse tratado obrigou o país a diminuir seu efetivo militar, ceder territórios e pagar aos vencedores uma indenização de 132 bilhões de marcos, cerca de 33 bilhões de dólares na época.

            Muitos alemães consideravam o tratado injusto e humilhante, esse sentimento de revolta, humilhação e revanchismo se tornou terreno fértil discursos contra os países vencedores da Primeira Guerra. Um bom exemplo foi a figura de Hitler, ex-cabo e integrante do até então pequeno Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), mais conhecido como Partido Nazista.

    


        Desde o início os nazistas atuaram por meio de ações violentas, um bom exemplo era o uso das Seções de Assalto (AS), um grupo paramilitar especializado em intimidação, agressão e assassinato de opositores, em especial judeus, socialistas e comunistas. Em 1919, por meio da Liga Espartaquista, os comunistas tentaram tomar o poder na Alemanha, forçados pela república, com suas tropas regulares e o apoio dos Freikorps, foram derrotados e seus principais líderes, como Rosa Luxemburgo, executados. Todavia a ameaça comunista levou a muitos empresários alemães apoiarem e/ou aderirem ao nazismo.

            No fim de 1922, com a economia destruída a Alemanha decide suspender o pagamento da dívida de guerra, os países vencedores, se utilizando de uma cláusula do Tratado de Versalhes, ocupa a região do Vale de Ruhr, rica em minério de carvão. Os mineradores da região, apoiados pelo governo, fazem uma greve geral. Com o objetivo de custear a greve, o governo autoriza a emissão de papel moeda, que sem lastro, acaba por agravar ainda mais a situação do país.

            Em um contexto de fome, miséria, desemprego, aumento na desigualdade social (banqueiros e exportadores ficaram ainda mais ricos nesse contexto), os nazistas  tentaram dar um golpe e assumir o poder em 1923 (o Putch de Munique), todavia foram rechaçados, resultando na prisão de Hitler por cinco anos.

           


Na prisão Hitler começa a redigir Mein Kampf (minha luta), livro que expunha as principais ideias do nazismo, tais como: racismo (superioridade da raça ariana), antissemitismo, anticomunismo e a necessidade de um espaço vital.

 

RECONSTRUÇÃO ALEMÃ

 

            A partir de 1924, a economia alemã começa a se recuperar, sobretudo devido ao auxílio de capital estrangeiro, como o caso dos EUA através do Plano Dawes. A demanda por gêneros industrializados cresceu, levando consigo os empregos e os salários, tal situação fortaleceu a economia e consequentemente a república alemã, ocasionando na perda de força do nazismo.

            Porém, a crise de 1929 atinge em cheio a Alemanha, revertendo a situação a favor de


Adolf Hitler, onde o partido nazista se aproveita da situação e canaliza o desespero dos alemães, arrastando multidões para os comícios com conversões em massa ao nazismo.

            Com o aprofundamento da crise, aumentou o número de eleitores do Partido Nazista, resultando em um crescimento absurdo, indo de 2,6% em 1928 no Reichstag para, em 1933, 43,9% dos votos, em meio ao aumento do poder político dos nazistas, da não formação de uma maioria no parlamento, com o medo dos comunistas, assim como a pressão de uma elite industrial e financeira, o presidente Paul Von Hidenburg convidou Adolf Hitler para o cargo de chanceler.

 

A DITADURA NAZISTA DO TERCEIRO REICH

 

Hitler implantou uma das ditaduras mais cruéis de todos os tempos, ordenando a invasão de sindicatos, dissolvendo os partidos políticos e sequestrando seus bens, fechando jornais, prendendo comunistas, judeus e democratas, alguns foram logo mortos e outros enviados para os campos de concentração. Em 21 de março de 1933, Hitler proclama a criação do Terceiro Reich (Império em alemão).


No poder, Adolf Hitler se utilizou de manobras jurídicas e foi ampliando seu poder, a ponto de, com a morte de Hidenburg em 1934, centralizar o poder em si, ao concentrar as funções de chanceler e presidente, assumindo o título de Fuhrer (guia, condutor) e passando a controlar e comandar pessoalmente a nazificação do Estado. Ordenou a queima de livros (no dia 10 de maio de 1933, foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores alemães inconvenientes ao regime. Hitler e seus comparsas pretendiam uma "limpeza" da literatura). Em 1935 baixou uma série de leis racistas, como as Leis de Nuremberg (Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã, Lei de Cidadania do Reich e Lei da Bandeira do Reich) um conjunto de leis que tratavam sobre questões relacionadas à miscigenação e à cidadania alemã.

Os principais mecanismos utilizados por Hitler em sua empreitada foi a GESTAPO, polícia secreta do Estado, criada por Hermann Goering, líder da SA, encarregada de eliminar os adversários do regime; além de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda, que criou a Câmara Cultural do Reich, que perseguia artistas e cientistas contrários ao regime.

Em 1936, Hitler interveio na guerra civil espanhola (1936 – 1939) em favor do ditador fascista Francisco Franco; além disso, empenhou-se para que os Jogos Olímpicos fossem na Alemanha, disposto a comprovar a tese da superioridade racial alemã.


No campo econômico, Hitler não cumpriu várias promessas, como a reforma agrária, não melhorou os salários e acabou dando maior liberdade aos Trustes, grandes nomes da indústria e das finanças assumiram cargos na ditadura nazista.

Ao mesmo tempo, estimulou as indústrias de base de armamento e investiu na construção de grandes obras públicas. Com isso, o desemprego caiu drasticamente, o que contribuiu para a elevação da popularidade do regime.

         


   Em contrapartida, os nazistas destruíram a antiga organização sindical dos trabalhadores, sufocando qualquer manifestação de resistência operária.

            Em 1938, Hitler destinou quase 60% do orçamento alemão para fins militares e assumiu, pessoalmente, o comando das Forças Armadas. Ele não fazia mais questão de esconder suas intenções, com o apoio de megaindústrias do setor de armamento, químico e elétrico, assim como banqueiro do Deutsche Bank (Banco da Alemanha) preparava a Alemanha para a guerra.

                                

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