Sejam Bem Vindos!!!!!

A todos que buscam conhecimento de uma maneira simples e descontraída




Muitas vezes achamos que tudo que sabemos, tudo que somos foi uma escolha nossa, sera?
Será que não apenas reproduzimos o que nossa sociedade é?
Será que realmente somos autônomos?


A história não é uma disciplina decorativa como muitos pensam, pelo contrário ela busca fazer com que as pessoas pensem, critiquem, reajam aos acontecimentos em sua volta, não como bonecos, marionetes, mas como seres consciêntes e capazes e mudar seu "destino".

PENSE, SINTA, VIVA HISTÓRIA

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A IDADE MÉDIA




QUAL O MOTIVO PARA SE ESTUDAR A IDADE MEDIA?


Um dos maiores questionamentos que fazemos quando estudamos um povo, uma sociedade, uma cultura antiga é justamente a importância e a influência desses povos para a gente. No caso do período histórico conhecido como Idade Média devemos ter em mente que muitos aspectos sociais, políticos, econômicos e sobretudo culturais da sociedade ocidental vão ter ou sua origem ou seu desenvolvimento nesse período. Podemos tomar como exemplo o surgimento da burguesia, grupo fomentador de grandes mudanças que influenciaram toda nossa sociedade, o surgimento de práticas religiosas (seminários, ordens religiosas, etc.), o embrião do capitalismo, dentre tantos outros.

IDADE MÉDIA OU IDADE DAS TREVAS?

Ainda hoje persiste em continuar um grande preconceito quanto o assunto é Idade Média, o maior exemplo desse preconceito é o termo “idade das trevas” com o qual o período é associado, todavia esse termo diminui e muito a complexidade que foi a Idade Média, é verdade que esse período contou com a ditadura da igreja católica, que buscou de inúmeras formas ou barrar o processo de desenvolvimento da sociedade ou simplesmente impedir tal processo, caçando, prendendo e matando aqueles que agiam, pensavam e/ou falavam algo que ia contra os preceitos religiosos, todavia achar que a sociedade seguiu à risca tudo que lhe era impostos, sem ao menos buscar formas de reagir, é ser cego quanto a capacidade humana de agir!
Um grande exemplo disso foi o desenvolvimento intelectual, que, sob o controle da Igreja Católica ou não, existiu! O conjunto de transformações tecnológicas, como o desenvolvimento do moinho hidráulico, etc.

ENTÃO O QUE FOI A IDADE MÉDIA?

Responder essa pergunta exige um pequeno cuidado! O motivo consiste justamente na forma como esse período vem dividido nos livros didáticos. Como assim? Nos livros a Idade Média é dividida em dois períodos: Alta Idade Média (séc. V ao X) e Baixa Idade Média (séc. XI ao XV), no entanto muitos historiados preferem dividir a Idade Média em três fases: Alta Idade Média (séc. VIII ao X), Idade Média Central (séc. XI ao XIII) e Baixa Idade Média (séc. XIV a meados do século XVI)

Qual a diferença?
Na primeira forma de divisão a Alta Idade Média vai compreender os processos de formação da Idade Média e do império merovíngio e carolíngio, sendo que na Baixa Idade Média ocorrerá todo o resto, sendo aí muita coisa!
Para facilitar e melhorar o processo de compreensão é que muitos dos historiadores preferem dividir em três: A Alta Idade Média sendo correspondente ao processo de formação dos impérios merovíngio e carolíngio, a Idade Média Central correspondendo em grosso modo ao feudalismo e a Baixa Idade Média com os acontecimentos e aspectos que findaram com a Idade Média.
Outra coisa que é bem importante falar está justamente no processo de formação da Idade Média, que ocorrerá entre os séculos IV e VIII, nos livros didáticos esse período já está inserido na Alta Idade Média.

Mais qual o problema disso?
A Idade Média vai ser formada a partir da mistura de aspectos Romanos e Germânicos, o período em que vai haver essa mistura é conhecido como primeira Idade Média, onde esse período vai manter características da Idade Clássica (Grecoromana) e já apresentar algumas características da Idade Média, dito com outras palavras, a primeira Idade Média não vai pertencer a Idade Clássica e nem a Idade Média. Por isso que a maioria dos historiadores não considera a primeira Idade Média como já sendo da Idade Média!

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA IDADE MÉDIA

Como já dito anteriormente, a Idade Média é fruto da mistura de aspectos romanos e germânicos, assim é fundamental entender o porquê dessa mistura, como isso ocorreu.
O contato inicial entre romanos e bárbaros, sobretudo os germânicos, ocorreu de forma relativamente
pacífica, sendo que com o passar do tempo os guerreiros germânicos começaram a ocupar postos de destaque na sociedade romana.
Com o passar do tempo aumentou a quantidade de povos bárbaros entrando no território romano, com isso o governo tentou barrar a entrada desses povos, o que fez com que o processo de migração viesse adquirir um caráter ainda mais ameaçador.


CURIOSIDADE: O TERMO BÁRBARO FAZ REFERÊNCIA A TODOS OS POVOS QUE NÃO ERAM NEM GREGOS E NEM ROMANOS



Mais porquê aumentou o processo de invasão dos povos Bárbaros no território romano?

Para os especialistas há duas causar prováveis:

1ª Causa: houve um grande aumento no número de pessoas que formavam os povos Bárbaros, assim não havia em suas terras originais comida o suficiente para todos, isso fez com que muitos buscassem outras terras para assim tentar sobreviver, o que com certeza os faria entrar nas terras romanas, já que o império romano se estendia da atual Espanha até Israel, tendo dominado inclusive o norte da África, em resumo, era muita terra!

2ª Causa: Os povos bárbaros estavam fugindo de outro povo, os hunos, que buscavam aumentar ainda mais seu território, sendo a forma encontrada pelos povos bárbaros entrar no Império Romano.

Mais qual o impacto desse processo de migração dos povos Bárbaros?

A entrada desses povos provocou pânico e mudanças no cotidiano da sociedade, as estruturas do império entraram em colapso, sendo assim o tiro de misericórdia que faltava para derrubar de vez o Império Romano.
A crise fez com que uma grande quantidade de pessoas fugisse da cidade para o campo, em um processo que é conhecido como ruralização. Esse processo foi fundamental para o surgimento do feudalismo!
Sem falar também que o processo de invasão dos povos bárbaros não foi algo rápido, levou tempo, isso fez com que aos poucos alguns aspectos culturais e estruturais de ambos, romanos e germânicos, fossem se misturando.

O IMPÉRIO CAROLÍNGIO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO DA IDADE MÉDIA

Com as invasões bárbaras e a queda do império romano houve um processo de desfragmentação política. Como assim? Se antes existia um grande império centralizado no poder de uma só pessoa, o imperador, agora cada povo bárbaro formou um pequeno reino, existindo assim vários deles.

Um deles, os francos, vão ter uma grande importância para a formação das características que formaram a Idade Média. Seu principal líder, o rei da dinastia merovíngia, Clóvis, com o apoio da Igreja Católica, se tornou rei e começou um processo de dominação dos outros reinos, fazendo com que se iniciasse um processo de unificação, todavia é valido lembrar que que essa expansão não ocorria apenas com uso da força, as vezes utilizavam outra táticas como casamento. Depois de um tempo os descendentes de Clóvis, acabaram se dedicando mais a festas, jogos, e deixando a administração nas mãos de outros, como era o caso do Prefeito do Palácio ou Mordomo do Paço, por isso tais reis ficaram conhecidos como reis Indolentes.
Um desses prefeitos do palácio, Carlos Martel, junto com seus soldados, conseguiram impedir o avanço dos árabes muçulmanos na Europa Ocidental, vencendo-os na batalha de Poitiers. Com o passar do tempo os merovíngios foram destronados e em seu lugar assumiu outra família, os carolíngios, que tinham esse nome por causa do rei Carlos Magno. Interessado no poder militar dos francos, o papa

Zacharias reconhece a nova dinastia, sendo agraciados pelos Francos com apoio militar para enfrentar seus inimigos, assim como também recebendo em doação as terras que originaram o Patrimônio  de São Pedro ou Estados da Igreja.

OBS:
Durante a expansão militar dos Francos, seu rei, Carlos Magno adotou o costume germânico de doar terras e privilégios aos nobres que lutavam ao seu lado, iniciando uma relação de dependência e fidelidade.

OBS: Para facilitar a administração, Carlos Magno dividiu suas terras em províncias e entregou sua administração a nobres de confiança. Eram os ducados (governado pelos duques, eram os mais próximos do rei e recebiam as maiores porções de terra), tinham as Marcas (governado pelos marqueses, eram as terras situadas nas fronteiras do império ou áreas de conflito) e por fim os Condados (governado pelos condados, administravam os territórios menores). Para ter controle sobre os administradores, Carlos Magno ampliou o poder dos Missi Dominici (Enviados do Senhor), funcionários reais que iam periodicamente fiscalizá-los e informar a situação ao rei.
Carlos Magno foi sucedido por seu filho, Luis O Piedoso, que acabou se dedicando mais a vida religiosa que a política, tendo dificuldade para manter a unidade do império. Após sua morte, seus três filhos passaram a disputar o trono pelas armas. Depois de algum tempo de luta eles assinaram o Tratado de Verdum, dividindo o império em três partes. 

Para o azar de todo mundo, nesse mesmo período houve um novo surto de invasões, sobretudo de um povo conhecido como Vikings, essa instabilidade toda vez com que os nobres começassem a dividir as terras entre si, uma vez que os reis descendentes de Carlos Magno estavam bastante fracos com a luta entre si, isso fez surgir uma grande quantidade de territórios, onde cada um era governado por um homem que não só agia como dono, mais que se tornou dono. Surgia aí o que mais tarde ficou conhecido como feudos.

O RENASCIMENTO CAROLÍNGIO

No seu império, Carlos Magno vai iniciar um processo de valorização da educação e do conhecimento, criando várias escolas (Escolas Palatina), onde se preparava os filhos da nobreza para assumir a administração do reino. Esse clima favorável à cultura facilitou também a atuação dos monges copistas, que copiavam manuscritos greco-romanos que eram lidos em voz alta por seus colegas.


 OS INGREDIENTES PARA A IDADE MÉDIA

Se falou muito até aqui que a Idade Média é fruto da mistura de características romanas e germânicas, mais que características foram essas?

O feudalismo, que era o sistema que vigorava na Idade Média, foi fruto da combinação de instituições como o colonato e o comitatus.

O colonato era de origem romana, se baseou na fixação de trabalhadores livres em grandes propriedades, na condição de colonos, daí o nome.

O comitatus era uma instituição de tradição germânica que ligava os chefes militares aos seus guerreiros por meio de obrigações mútuas de serviços e lealdade. O comitatus está ligado a outra tradição germânica, o beneficium, que consistia basicamente da concessão do direito de usar a terra em troca de serviços. Essas duas instituições juntas deram mais tarde origem a relação de suserania e vassalagem, fundamental para o feudalismo.

A ORGANIZAÇÃO DO FEUDO

OBS: Antes de mais nada é válido lembrar que o sistema feudal ia além da dominação de terras, estando ligado ao direito e a privilégios, assim uma pessoa poderia ter um direito, como cobrar pedágio em uma ponte, e não ter terras (feudo). Todavia todos que recebiam terras acabavam obtendo os direitos sobre a mesma. Por isso pode-se dizer que existia feudalismo sem feudo, mas nunca feudo sem feudalismo.

O feudo era uma espécie de fazenda, autônoma, onde o senhor feudal reinava como rei, sendo sua vontade lei. As terras eram dividas em três:

Manso Senhorial: Era cerca de um terço das terras do feudo, era aí que ficava a residência do senhor e as terras necessárias para sua subsistência.

Manso Servil: Era a faixa de terra dividia em lotes para o cultivo dos camponeses.

Manso Comum: Eram as terras para cultivo coletivo, ou seja, os produtos nela existentes podiam ser retirados e consumidos por todos os moradores do feudo.


COMO ERA A SOCIEDADE MEDIEVAL?

A divisão da sociedade possuía uma estrutura rigidamente hierarquizada, determinada pelo nascimento, dito de outra forma, você nascia e morria na mesma camada social!
A divisão era de certa forma complexa, mais para facilitar seu aprendizado podemos utilizar como forma de dividir a sociedade um poema do bispo Adalbéron de Laon, que dividiu a sociedade entre os lobos, ovelhas e burros.

Os lobos eram os Nobres, que eram os detentores de terras e de poder político.

As ovelhas era o clero, a Igreja católica, que exerciam uma papem essencial na Idade Média. Os padres exerciam grande poder nesse período, eram divididos em dois grupos: clero espiritual e clero secular. O clero espiritual/regular era composto pelos padres que vivam nos monastérios, separados do mundo (jesuítas, beneditinos, capucinos, etc.), já o clero secular era composto pelos padres de igreja, que lidavam diretamente com a população.

Os burros eram os camponeses, que formavam a esmagadora maioria da população, trabalhavam para produzir os alimentos para as famílias e para os senhores, não possuíam quase nenhum direito, vivam em situação bastante pesada. É bom que não se confunda camponeses com escravos, os escravos não tinham nenhum direito, podendo inclusive ser vendidos, já dos camponeses não podiam ser vendidos, estando presos ao feudo, regime conhecido como servidão da gleba. Os camponeses eram obrigados a pagar tributos ao senhor feudal, tais como: talha, corveia, banalidades, mão morta, etc.

Obs: haviam também nos feudos algumas vilas, algumas com o passar do tempo conseguiam juntar recurso o suficiente para comprar sua independência (direito de comuna e carta de franquia), se separando assim do feudo. Essas vilas eram conhecidas como burgos, sendo seus moradores os burgueses, a base da economia dessas vilas era o comércio.

QUAL ERA A BASE DA ECONOMIA DA SOCIEDADE MEDIEVAL?

Embora a vida econômica da Idade Média se baseasse principalmente na produção agrícola de subsistência, desde os primórdios do período medieval comerciantes e artesãos asseguraram, ainda que em bases precárias, a produção e a circulação de bens, ou seja, mesmo a base da economia sendo a agricultura, havia na Idade Média ainda a existência de comércio. Sobretudo quando houve a possibilidade de produção de excedentes agrícolas, graças ao desenvolvimento de novas tecnologias e/ou práticas, como o uso da charrua e a adoção do sistema trienal.

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL NA IDADE MÉDIA

O crescimento das cidades e das atividades comerciais exigiu um número maior de pessoas que pudessem atender ás demandas de uma sociedade que, aos poucos, se tornava complexa. A partir do século XIII, uma corrente de pensamento que associava a racionalidade a fé começou a se espalhar, a escolástica. Segundo os seguidores desse pensamento não haveria contradição entre fé e razão, já que ambas provinham de Deus.

AS CRUZADAS

As cruzadas consistiam em expedições guerreiras estimuladas pelo papa Urbano II, que tinham como objetivo a reconquista da terra santa, local onde Jesus nasceu e viveu. As pessoas que participaram dessa expedição eram conhecidos como cruzados, que recebiam em troca o perdão de todos os seus pecados, a chamada indulgência.


OBS: Jerusalém foi dominada pelos turcos muçulmanos, que proibiram as visitas dos cristãos ao túmulo de Jesus, o papa Urbano II reagiu, clamando para que os cristãos se organizassem, assim se formaram exércitos com tal objetivo.

As cruzadas reuniam milhares de pessoas de diferentes origens, condições sociais e idades. Alguns iam a cavalo e bem armados, mas a maioria ia a pé e desarmada. Essas expedições combinaram motivos religiosos, econômicos e militares.


- Os dirigentes da Igreja esperavam pacificar a Europa cristã desviando a violência da nobreza guerreira para fora do continente;
- Os nobres europeus sem terra (pois somente o primeiro filho recebia herança) esperavam obter terras e outras riquezas;
- Os mercadores europeus pretendiam aumentar seu comércio com o Oriente e conseguir privilégios nas cidades conquistas pelos cruzados;
- As pessoas comuns buscavam obter a salvação, dando sentido religioso a sua existência.

OBS: O objetivo principal não foi alcançado, Jerusalém logo voltou para as mãos dos muçulmanos. Todavia, as cruzadas provocaram uma série de importantes mudanças socioeconômicas na Europa:

- A Abertura de novas rotas comerciais, possibilitando aos europeus aumentar sua participação no comércio de especiarias;
- Aumento do comércio entre o Ocidente e o  Oriente;
- A violência e a cobiça de parte dos cruzados geraram um clima de intolerância e animosidade entre Ocidente e Oriente que se prolongou por muito tempo;
- Enfraquecimento da nobreza, já que muitos nobres morreram nas cruzadas ou ficaram empobrecidos.

COMO ERA A RELIGIÃO NA IDADE MÉDIA?

Na Idade Média imperava a religião católica, exercendo grande poder, criando algumas práticas que hoje seriam amplamente questionadas. Dois grandes exemplos disso foi a venda de indulgências e a simonia. A primeira consistia na venda de perdão dos pecados e a segunda na venda de objetos sagrados, que muitas vezes eram falsificados.
Não se permitia que ninguém questionasse ou fosse contra os ensinamentos da igreja, quem o fizesse era acusado e processado por heresia, que consiste basicamente em fazer ou dizer algo que vai contra das doutrinas da igreja, a punição por tal crime era desde a prisão, até a tortura seguida pela morte, preferencialmente na fogueira.

CHEGOU A PESTE

No decorrer do século XIV, após um longo período de relativa prosperidade, a economia da Europa passou por uma violenta crise. Entre as causas podemos citar a peste negra. Essa doença foi responsável pela morte de cerca de um terço da população medieval, sendo espalhada pelas pulgas
dos ratos.
Enquanto alguns olhavam para a doença com ódio, como castigo pelos pecados da humanidade, outros começaram a abrir os olhos e questionar a ordem feudal, contribuindo assim para mudanças que resultaram no colapso de muitas estruturas do sistema em vigor.

IDADE MÉDIA, A CRISE

As secas, a diminuição da produção agrícola (graças a peste negra) e a fome agravaram ainda mais a situação de crise que a sociedade medieval estava mergulhada. No campo vários sobreviventes da peste começaram a exigir melhores condições de trabalho e de vida, no entanto os senhores responderam com violência, tendo como consequência várias revoltas, como os jacqueries, que eram as revoltas de camponeses.
Todavia a situação dos nobres também começou a piorar com as crises dinásticas e a necessidade de conseguirem mais terras, assim aumentou drasticamente as guerras, o maior exemplo disso foi a Guerra dos Cem Anos, que foi um conflito entre França e Inglaterra.
Os reis aproveitaram essa situação para reforçar seu poder e restabelecer a ordem, surge assim os Estados Modernos (Portugal, Espanha, etc.).

domingo, 29 de janeiro de 2017

A GUERRA FRIA



INTRODUÇÃO

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".

MAIS PORQUE GUERRA FRIA?

Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.

ENTÃO MESMO COM O NOME GUERRA FIRA HOUVERAM CONFLITOS?

Sim! Como dito anteriormente, somente os EUA e a URSS não entraram em conflito diretamente, mais apoiavam conflitos regionais, como a Guerra do Vietnã, Guerra da Coreia, que são os conflitos mais famosos desse período, embora tenha havido outros. Nesse período também o mundo ficou que cabelo em pé com a crise dos mísseis em Cuba, onde qualquer deslize poderia ter resultado na 3ª Guerra Mundial.

ENTÃO TODOS OS PAÍSES NO MUNDO TOMARAM PARTIDO NA GUERRA FRIA?

Não! Um conjunto de países buscou ficar fora desse conflito, sendo conhecidos como países não alinhados. Daí também surge o conceito de Países de Terceiro mundo, ou seja, que não eram nem capitalistas e nem comunistas.

A CRISE NO PÓS-GUERRA

Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.
Os Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais.
Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.

A QUESTÃO DO MURO DE BERLIM

Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Com a conferência de Potsdam o território alemão foi divido em quatro zonas de influência que era dominada por países diferentes: Grã Bretanha, França, EUA e URSS. No decorrer de 1946, novos acordos alteraram essa divisão, formando somente duas zonas, uma como resultado da união entre os primeiros países, que ficou sob domínio americano e outra sob domínio soviético, formando a RFA (República Federal da Alemanha) na porção ocidental e RDA (República Democrática Alemã) na porção Leste.
As duas Alemanhas evoluíram de forma diferente, a que ficava no lado ocidental, sob domínio americano, passou por uma reforma econômica positiva, em quanto a Alemanha oriental, sob a tutela da URSS, não teve tanta sorte, estando entre as principais causas para isso o fato da mesma ter sido formado no trecho menos desenvolvido do pais. Como resultado da tensão político/militar entre as duas Alemanhas teremos a construção daquilo que ficou conhecido na história como o símbolo dessa divisão, dessa bipolarização do mundo, o muro de Berlim, que dividia tudo no país, desde casas até cemitérios.

PLANO MARSHALL e COMECON

A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente.
Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.

OTAN e PACTO DE VARSÓVIA

Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos países europeus, suportados alguns destes com governos que incluíam os socialistas, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.
Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.
A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na informática.
O Macarthismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 1950, culminou na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado americano. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo estadunidense foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusados de atividades antiamericanas.
A era do macarthismo acabou por extirpar do meio artístico norte americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS plicou extensivamente o Artigo 58 de seu código penal na zona de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como "espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime stalinista, como pelo simples ato de contatar organizações com base nas Zonas ocupadas pelo Aliados ocidentais.

CORRIDA ARMAMENTISTA

Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.
Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não convencionais, como as armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram testadas, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: a bomba atômica. Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos soviéticos.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.
A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear maciço do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua Assegurada ou Equilíbrio do Terror.

O CONFLITO IDEOLÓGICO

Durante o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi acirrada. As duas superpotências fizeram grandes esforços de propaganda política no intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam sua propaganda político-ideológica em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sociocultural era superior. Um setor que foi muito utilizado nessa propaganda ideológica foi o cinema, um bom exemplo são os filmes de RAMBO.

A CORRIDA ESPACIAL

Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como consequência, algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos) foram frutos dessa corrida.
A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia espacial.
Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram o Sputnik I, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta e que desencadeou a " crise do Sputnik". Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.
Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar a Vostok I, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo.

A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadunidenses na chegada ao satélite. As missões Zonde deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e 6. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.
O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.

QUE SEJA FEITA A INTERNET

Você gosta de Internet? Imagina sua vida sem ela? Pois bem, é nesse período que teremos a criação do que agora conhecemos como internet! Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores, que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficaria conhecida como Arpanet. A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação da atualidade.

COEXISTÊNCIA PACÍFICA?

Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial).

A QUESTÃO DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS

Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países africanos, asiáticos e ex colônias europeias de independência recente. Para garantir sua neutralidade, os assim denominados países não alinhados promoveram, em abril de 1955 e através da Conferência de Bandung, a criação do Movimento Não Alinhado. Seu objetivo era dar apoio e segurança aos países em desenvolvimento contra as duas superpotências. Condenavam o colonialismo, o imperialismo e o domínio de países estrangeiros em geral.

PRINCIPAIS CONFLITOS DURANTE A GUERRA FRIA

GUERRA DO VIETNÃ

A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.

Contexto Histórico

O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era, comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista. 

Causas da Guerra

A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues (guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a guerra. 
Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto.

Intervenção militar dos Estados Unidos

Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. 

Protestos e o fim da guerra

No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. 

Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.

Resultados da Guerra

O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.

GUERRA DA COREIA

A Guerra da Coreia foi um conflito armado entre Coreia do Sul e Coreia do Norte. Ocorreu entre os anos de 1950 e 1953. Teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre Estados Unidos (capitalismo) e União Soviética (socialismo). Foi o primeiro conflito armado da Guerra Fria, causando apreensão no mundo todo, pois houve um risco iminente de uma guerra nuclear em função do envolvimento direto entre as duas potências militares da época.

Causas da Guerra

Divisão ocorrida na Coreia, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Após a rendição e retirada das tropas japonesas, o norte passou a ser aliado dos soviéticos (socialista), enquanto o sul ficou sob a influência norte-americana (capitalista). Esta divisão gerou conflitos entre as duas Coreias. Após diversas tentativas de derrubar o governo sul-coreano, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950. As tropas norte-coreanas conquistaram Seul (capital da Coreia do Sul).

O desenvolvimento da guerra

- Logo após a invasão norte-coreana, as Nações Unidas enviaram tropas para a região a fim de expulsar os norte-coreanos e devolver o comando de Seul para os sul-coreanos. Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Coreia do Sul, enquanto a China (aliada da União Soviética) enviou tropas para a zona de conflito para apoiar a Coreia do Norte. Em 1953, a Coreia do Sul, apoiada por Estados Unidos e outros países capitalistas, apresentava várias vitórias militares. Sangrentos conflitos ocorreram em território coreano, provocando a morte de aproximadamente 4 milhões de pessoas, sendo que a maioria era composta por civis.

Fim da Guerra

Em julho de 1953, o governo norte-americano ameaçou usar armas nucleares contra Coreia do Norte e China caso a guerra não fosse finalizada com a rendição norte-coreana. Em 28 de março de 1953, Coreia do Norte e China aceitaram a proposta de paz das Nações Unidas. Em 27 de julho de 1953, o tratado de paz foi assinado e decretado a fim da guerra.

Pós-guerra

Com o fim da guerra, as duas Coreias permaneceram divididas e os conflitos geopolíticos continuaram, embora não fossem mais para a área militar. Atualmente a Coreia do Norte permanece com o regime comunista, enquanto a Coreia do Sul segue no sistema capitalista.

A CRISE DOS MÍSSEIS (CUBA E TURQUIA)

O episódio chamado de Crise dos Mísseis de 1962 refere-se aos treze dias de impasse entre Estados Unidos e União Soviética, em outubro de 1962, devido à instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha caribenha de Cuba. No ano de 1959, um movimento revolucionário derrubou o ditador cubano Fulgêncio Batista, instalando no país um governo socialista liderado por Fidel Castro. O mundo vivia então a polarização entre os blocos comunista e capitalista, liderados, respectivamente, por União Soviética (URSS) e Estados Unidos (EUA).
O novo governo de Cuba alinhou-se a URSS e se tornou dependente economicamente desse país. O líder soviético, Nikita Khrushchev, a fim de provar a capacidade bélica e nuclear de seu país, aproveitou-se da influência que exercia no governo cubano e da relação hostil que este mantinha com os Estados Unidos, que por anos haviam apoiado o governo de Fulgêncio Batista, e instalou mísseis na ilha direcionados ao território estadunidense.
Em 22 de outubro, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, comunicou a população, em rede nacional de TV, sobre a presença dos mísseis na ilha, a uma distância de apenas 140 km do território estadunidense. Kennedy anunciou ainda que os Estados Unidos procederiam com um bloqueio naval à ilha e que o país estava preparado para usar sua força militar caso fosse necessário à segurança nacional. Após a transmissão do comunicado do presidente, instalou-se um clima de tensão e medo de que as duas grandes potências (EUA e URSS) iniciassem de fato um conflito armado, sobretudo porque ambos os países detinham tecnologia nuclear.
Um momento crucial nos rumos da tensão entre as duas potências foi a aproximação de uma frota naval soviética aos navios dos Estados Unidos que faziam o bloqueio à ilha. Diante do crescimento da tensão, Nikita Khrushchev, dispôs-se a retirar os mísseis de Cuba em troca da promessa de Kennedy de que os Estados Unidos não invadiriam a ilha. Secretamente, o governo estadunidense se comprometeu ainda a retirar mísseis que havia instalado na Turquia, fronteira com a URSS, em junho de 1961.

Dúvidas

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